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Entrevista

Governo Lula quer coordenar cidades para enfrentar mudanças climáticas, diz secretário

Governo Lula quer coordenar cidades para enfrentar mudanças climáticas, diz secretário

Meio Ambiente por RED
23/07/2023 10:00 • Atualizado em 23/07/2023 09:53
Governo Lula quer coordenar cidades para enfrentar mudanças climáticas, diz secretário

Adalberto Maluf, da pasta de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, afirma que governo Bolsonaro paralisou ações

De Agência Pública

No começo de julho, a região metropolitana de Recife (PE) ficou debaixo de chuva. O grande volume de água, muito acima da média histórica, resultou em alagamentos e deslizamentos. Em fevereiro, no litoral de São Paulo, a maior chuva já registrada no país provocou 65 mortes. Poucos anos antes, a situação era a inversa. Em 2014, São Paulo quase ficou sem água em decorrência de uma forte seca que comprometeu os reservatórios. Em comum, nenhuma das cidades tinha, e ainda não tem, a resiliência necessária para lidar com os cada vez mais frequentes eventos climáticos extremos — realidade que o governo Lula quer mudar, segundo o secretário de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, Adalberto Felicio Maluf Filho.

“As cidades, que são onde a maior parte da população vive, são as primeiras a ter que se preparar, a pensar em um plano de adaptação, de resiliência aos eventos extremos”, afirma Maluf. Ligada ao Ministério do Meio Ambiente, a pasta é uma das responsáveis por tentar mudar essa realidade. Ele ressalta que populações vulneráveis, como as que vivem em áreas de risco, são as mais impactadas pelos eventos extremos nas zonas urbanas. “Por isso a importância de termos planos com indicadores claros, com metas que possam ser monitoradas perante o tempo”.

Em entrevista exclusiva para a Agência Pública, Maluf destacou a importância do governo de atuar como um “polinizador”, impulsionando a transição para fontes de energia menos poluentes, a reindustrialização em bases sustentáveis e a melhoria da qualidade ambiental urbana. Na entrevista, Maluf ainda aborda os planos da secretaria para lidar com poluição urbana, resíduos sólidos, gestão de produtos químicos e ampliação de áreas verdes nas zonas urbanas. Entre as ações inéditas anunciadas pelo secretário na conversa estão a abertura de um edital de hortas urbanas e outro de rotas cicloturísticas, ligando unidades de conservação com as áreas urbanas.

Candidato a deputado federal pelo PV de São Paulo em 2022, Maluf era diretor desde 2014 da empresa chinesa BYD, do setor de energia renovável e mobilidade elétrica, onde permaneceu até ser nomeado por Marina Silva. Nesse período, também foi diretor e presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). No começo da carreira, ocupou cargos públicos na Prefeitura de São Paulo e assessorou o então secretário de Meio Ambiente do município, Eduardo Jorge (PV).

No cargo desde março, ele afirma ter assumido a pasta após “quatro anos difíceis, em que foram desfeitos todos os trabalhos”. “O antigo secretário [o cargo, que não incluía o meio ambiente urbano, era ocupado por André Luiz Felisberto França] e o antigo ministro [Ricardo Salles] decidiam tudo em gabinete. Há inúmeros projetos que não têm nem processo no sistema, que as áreas técnicas não eram envolvidas. A área técnica não podia atender telefone, responder e-mail, fazer reunião. As agendas ficaram todas paradas”, diz.

A entrevista é a quinta feita pela Pública com autoridades ambientais do governo Lula. Antes, conversamos com a secretária Nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, com o secretário Extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial, André Lima e com o presidente do ICMBio, Mauro Pires.

Confira abaixo a entrevista.

Adalberto Maluf, da pasta de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do governo Lula. Foto: Divulgação

Qual o cenário que vocês herdaram do governo Bolsonaro em relação à gestão de meio ambiente urbano e qualidade ambiental?

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