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Faleceu o escritor e companheiro Avelino Capitani

Faleceu o escritor e companheiro Avelino Capitani

Noticia por RED
18/09/2022 00:01 • Atualizado em 22/09/2022 11:44
Faleceu o escritor e companheiro Avelino Capitani

Nos deixou hoje  AVELINO CAPITANI, companheiro de lutas e ex-dirigente do PCB conosco até o início de 1990. Estamos tristes e buscando forças. Fica seu heroísmo, exemplo pessoal, de compromisso e de dedicação as causas e lutas do nosso Povo e do Brasil.

A despedida será no Cemitério João XXXIII, capela 3, Av. Natal,60, Bairro Medianeira, Porto Alegre. Domingo, dia 18 de setembro, das 8h30 as 11h30.

Avelino Bioen Capitani

*Postado por Orestes Josué Mallmann

Marinheiro reformado e escritor, Capitani nasceu em 18-8-1940, no Alto Tamanduá, hoje Progresso, filho de João Capitani e Oliva Bioen Capitani. Casou-se em 1981 com Teresa de Jesus Reckziegel de Lucena, tendo a filha Juliana, nascida em 1993.

Pequeno agricultor, em 1954 foi trabalhar numa criação e engorda de porcos no Bairro Conservas de Lajeado. Dois anos depois, mudou-se para Porto Alegre, aonde trabalhou numa fábrica de móveis.

Em 1959 fez concurso para Escola de Aprendiz de Marinheiro, em Florianópolis, seguindo no ano seguinte para a Marinha no Rio de Janeiro. Em 1962, filiou-se à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), recém-fundada. Estourando a Revolução de 1964, como um dos diretores da mencionada Associação, participou da chamada Rebelião dos Marinheiros. Foi preso e no final daquele ano fugiu da prisão do Alto da Boa Vista, RJ, e se exilou no Uruguai.

Como um dos diretores Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil participou da chamada Rebelião dos Marinheiros / Arquivo pessoal

Ao final de 1965, viajou clandestinamente para Cuba, onde estudou Artes Militares ou treinamento de guerrilha. Voltou para o Brasil clandestinamente, para participar da Guerrilha do Caparaó. Preso em 1967 na Penitenciária Lemos de Brito no RJ, novamente fugiu em 1969 e tomou parte da Guerrilha Urbana no RJ. Em 1970, exilou-se territorialmente no Chile e voltou a Cuba. Em 1974, regressou clandestinamente ao Brasil, para passar por diversos países, participando da reorganização da esquerda. Posteriormente, integrou-se como militante do MR8.

Em 1980 foi anistiado, residindo em Porto Alegre.

O escritor Avelino Bioen Capitani

Depois de ter sido anistiado, Capitani continuou militando no Partido Comunista Brasileiro, em entidades de classe, sindicatos e associações. Em 1982, filiou-se no PT. No governo municipal de Porto Alegre, gestão de Olívio Dutra, foi Diretor do Departamento de Fiscalização da SMIC – Secretaria Municipal de Indústria e Comércio.

Avelino Capitani recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do então governador Olívio Dutra – Arquivo pessoal

Em 1985, fez um Curso de Ciências Políticas na Alemanha Oriental.

Em 1989, fez vestibular para Geografia na UFRGS, onde estudou por dois anos, mas, desistiu para cursar a UNIPAZ- SUL (Universidade Holística Internacional).

Aposentou-se por problemas de saúde. Em 2003, foi anistiado com todos os direitos. Atualmente, participava de uma ONG de Educação Cooperativa e Projetos Sociais (Coletivo Planta Sonhos). Em 28-11-1997, publicou a obra A Rebelião dos Marinheiros – memórias da Revolução de 1964, com 192 páginas, pela Editora Artes e Ofícios, reeditada pela Editora Expressão Popular, em 2005. Na verdade, trata-se de uma autobiografia.

Em 2001, publicou Por que Chora Carol, pela Editora Hercules. Em 5-11-2007, na 53ª Feira do Livro, em Porto Alegre, lançou o livro Depois do Amanhecer, pela Editora AGE, com 112 p. Com um capítulo, participou nos livros Nossa paixão era inventar um novo tempo, pela Editora Rosa dos Ventos, em 1999, e a obra Sessenta e Quatro para Não esquecer, pela Editora Literalis, em 2004. Participou na montagem de filmes e documentários.

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