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Europa faz ofensiva por acordo com Lula
Europa faz ofensiva por acordo com Lula
Velho continente busca fechar acordo comercial com o Mercosul mirando influência do presidente brasileiro.
“Entre uma ala dos europeus, há um temor de que, sem um acordo comercial com as maiores economias da América do Sul, a região possa ser alvo de uma ofensiva ainda maior por parte da China”. Esta é a informação trazida pela reportagem publicada hoje, 27, na coluna de Jamil Chade.
Segundo a publicação, “deputados europeus confirmaram que a Comissão Europeia tem alertado que um fracasso por parte de Bruxelas em estabelecer uma aliança com a América do Sul deixaria a região aberta a uma influência comercial e política ainda maior por parte de Pequim”.
E, mirando no fechamento de um acordo comercial com a região, as maiores forças políticas da Europa apostam no entendimento com o presidente Lula, colocando Brasília no roteiro estratégico de visitas internacionais.
A preocupação se tornou maior após o Uruguai dar abertura para um possível acordo comercial com os chineses. Hoje, o Brasil tem a China como seu maior parceiro comercial, por isso, reforçar as alianças com Lula pode ser fundamental para barrar a ameaça de deslocamento de empresas europeias de um mercado que é considerado como tradicional para as exportações da Alemanha, França ou Espanha.
Ainda, segundo a reportagem, outro objetivo da consolidação comercial com a América do Sul seria “parte da construção de um cenário internacional mais equilibrado e que possa amenizar uma disputa de hegemonia entre EUA e China.
Lula no Uruguai surpreendeu
Conforme apurado, o teor da visita de Lula ao Uruguai “deixou os europeus entusiasmados e, internamente, a ordem é a de sinalizar que a oportunidade não deve ser desperdiçada”.
A fala do presidente brasileiro “surpreendeu pela clareza do presidente brasileiro sobre a disposição de colocar a UE como prioridade para fechar um acordo comercial”, e foi vista como uma tentativa de “abafar a rebelião uruguaia de sair em busca de um entendimento sozinho com a China, anunciando sua intenção de concluir o acordo com os europeus”.
A coluna ainda destaca que “essa foi a primeira vez que tal postura foi adotada, até mesmo com maior ênfase que a do próprio chanceler Mauro Vieira”.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula – Lula e chanceler alemão eleito, Olaf Scholz.
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