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Equador escolhe hoje seu presidente: disputa entre correísmo e elite neoliberal
Equador escolhe hoje seu presidente: disputa entre correísmo e elite neoliberal
Após o primeiro turno em 20 de agosto deste ano, os equatorianos vão às urnas para o segundo turno neste domingo (15) para escolher quem vai presidir o país até 2025, numa a eleição que foi antecipada pelo atual presidente, Guillermo Lasso, após acusação de corrupção.
As duas candidaturas na disputa, representadas por Luisa González e Daniel Noboa, representam projetos político-econômicos distintos para a sociedade equatoriana.
González, de 45 anos, é representante da Revolução Cidadã, o grupo político personificado pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), que vive atualmente na Bélgica, na condição de asilado político. Ele é acusado acusado de receber subornos durante sua última campanha presidencial. O ex-mandatário classifica as denúncias como injustas e como parte de um movimento de perseguição política e judicial. Advogada e única mulher na corrida presidencial, González trabalhou com Correa quando ele governou o país.
Ela tem uma longa carreira como funcionária pública, atuando como Secretária Geral da Administração Pública e ocupando cargos nos Ministérios da Produção e do Turismo e no Consulado em Valência, na Espanha. Seria a primeira mulher a ser eleita presidente do Equador e representa a continuidade do projeto progressista de Correa, focado no fortalecimento do Estado e na garantia de direitos, além de ser vinculado a outros governos progressistas da região e com uma posição soberana e anti-imperialista.
Já Noboa, de 35 anos, é filho de dois políticos conhecidos no Equador: Alvaro Noboa, um dos homens mais ricos do país e candidato presidencial em várias ocasiões — perdeu inclusive para Rafael Correa —; e Anabella Azín, médica e deputada. Já foi deputado, mas seu currículo se destaca principalmente pelos diplomas acadêmicos de administração em universidades dos Estados Unidos. Define-se como um político de centro-esquerda, mas propõe prioridades que estão mais próximas da pauta liberalista de direita, como contas públicas ordenadas e responsabilidade fiscal.
A campanha de Noboa mostra uma fachada de direita moderada e, após o primeiro turno, até adotou um discurso com tons social-democratas que, é claro, ele trairá completamente quando estiver no poder, seguindo exatamente os passos de Lasso em 2021. O candidato ligado à agroindústria também “escondeu” seu vice-presidente, que postou vídeos recheados de discursos neofascistas em redes sociais como Instagram e TikTok.
O Revolução Cidadã venceu o primeiro turno mantendo seus 34% de votos. Para chegar à vitória no segundo turno, a candidata ligada à Rafael Correa precisaria de mais de 50% e Noboa, que tem o apoio de praticamente todos os partidos de direita, está empate técnico com Luiza González.
Com informações do Brasil de Fato
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