Curtas
Direito à cidade: concentração de recursos e força do capital dificultam a resolução dos problemas urbanos no Brasil, afirmam pesquidadores; assista
Direito à cidade: concentração de recursos e força do capital dificultam a resolução dos problemas urbanos no Brasil, afirmam pesquidadores; assista
A agenda urbana, as desigualdades e o bem-estar social de Porto Alegre são assuntos tratados no livro Reforma Urbana e Direito à Cidade em Porto Alegre, lançado em 2022 pela Letra Capital e pelo Observatório das Metrópoles.
Para conversar sobre a publicação, o Espaço Plural desta segunda-feira, 17, recebe dois de seus autores: Heleniza Ávila Campos, doutora em Geografia e professora no departamento de Urbanismo do curso de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Luciano Fedozzi, doutor e professor de Sociologia também na UFRGS.
O livro faz uma retrospectiva dos últimos 35 anos de Porto Alegre, desde a redemocratização relacionada a reforma urbana. A cidade conseguiu ser uma referência de gestão urbana com participação da sociedade civil quando houve uma descentralização dos recursos e do poder, ao contrário do acontecia durante a ditatura militar.
“Porto Alegre teve uma história política muito importante, inclusive internacionalmente reconhecida, através de estratégias de gestão como o orçamento participativo, como o estímulo aos movimentos sociais a participarem dos processos de decisão sobre a cidade de Porto Alegre. Mas isso aos poucos foi se fragilizando em função de algumas estratégias também de outros grupos, principalmente aqueles interessados em estabelecer uma força do capital sobre a cidade. E hoje a gente percebe o quanto esses processos avançaram e as cicatrizes que têm deixado no espaço urbano. Então, o livro trata um pouco de fazer uma avaliação desses processos e de como estamos hoje”, afirmou a professora Heleniza Ávila Campos.
Porém, houve uma nova reconcentração de recursos com a política de estabilidade fiscal, nos anos 90, como destacou o professor Luciano. O histórico resulta em uma dificuldade das cidades de administrar e de solucionar as demandas do seu espaço.
“Nós temos um crescimento muito grande das áreas metropolitanas, das capitais, dos estados e de todos os problemas acumulados por aquele modelo [da ditadura militar] que também se refletia e se reflete nas metrópoles, nas cidades médias e grandes, principalmente, que diz respeito a uma carência de infraestrutura muito grande, principalmente dos territórios mais periféricos. Carência de infraestrutura e também de acesso aos serviços básicos, não só de saneamento, pavimentação, habitação, moradia, transporte, saúde, educação, cultura, enfim, tudo aquilo que constitui o que a literatura internacional denomina de direito à cidade. O direito de todos os cidadãos, cidadãs, de todas as pessoas a terem uma mínima dignidade digamos de vida urbana”, completou o professor.
Acesse o e-book aqui.
Assista ao programa completo:
O programa Espaço Plural vai ao ar no YouTube e no Facebook de segunda à sexta-feira, a partir das 14h, com a apresentação do jornalista Solon Saldanha.
Foto: Giulian Serafim / PMPA.
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