De ADELI SELL*

Quando um país consegue manter o Estado Democrático de Direito, com eleições limpas, com urnas confiáveis, já se pode aplaudir e festejar. Mas, aqui no país, é preciso não esquecer todas as armações feitas pelo poder bolsonarista contra a democracia, com o uso de milícias, do terror, da máquina pública para se manter.

Mesmo com o ar que se pode respirar agora sem o auxílio de equipamentos, em especial na Cultura, temos que lembrar os episódios de Jefferson e Zambelli, atos que colocam em risco nossa democracia.

O TSE, como o STF, em muitos momentos mostraram que temos ainda uma saudável divisão de poderes. As falas dos presidentes do Senado e da Câmara depois dos resultados que deram vitória a Lula  são um bom indicativo de que novos tempos poderão ser vividos, com o novo governo.

Mesmo com nossas diferenças, não é de menor importância a vitória de Eduardo Leite no Rio Grande do Sul.

Na RED – Rede Estação Democracia – escrevo às segundas-feiras sobre temas da nossa cultura, como temos escrito sobre temas da atualidade política local. Anuncio que vou tratar de temas de resgate de nossa História, tentando mostrar que os desvios para o autoritarismo vem de longe. 

A derrota do candidato oponente no Rio Grande do Sul é a amostra de que certas posturas autoritárias, de soberba, de machismo começam a ser superadas por um novo marco civilizatório, onde a cultura da paz é o centro. Ao negar a mão ao governador eleito, ao fazer declaração homofóbica, ao aparecer como um ignorante em temas de governo, ele verificou e seus asseclas deveriam ter se acordado, pois este tempo  passou.

Borges roubou eleições. Tinha um jornal ao seu lado. Por incrível que pareça, apenas o Correio do Povo começou a introduzir ares de democracia e tolerância naqueles tempos, mas agora é ele e a rádio Guaíba que voltam aos tempos do jornal A Federação, fazendo o que aquele fazia.  Perderam. O comportamento das mídias tradicionais mudam ou morrem. Este é o destino da Guaíba, da Pampa, da Band e de alguns jornalistas que vão para a lata de lixo da história.

Podemos começar a respirar melhor agora, esperando que em 2023 voltemos aos projetos de incentivo, juntando-se ao que aqui se fez no peito e na raça.