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Bolsonaro inelegível: por 5 a 2, TSE condena ex-presidente por abuso de poder em reunião com embaixadores
Bolsonaro inelegível: por 5 a 2, TSE condena ex-presidente por abuso de poder em reunião com embaixadores
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou nesta sexta-feira, 30, o julgamento da ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Por 5 votos a 2, o ex-presidente está inelegível até 2030.
Votaram pela condenação os ministros Benedito Gonçalves (relator), Floriano Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. O voto de Cármen Lúcia já havia formado maioria pela condenação na retomada do julgamento nesta sexta-feira. Os ministros Raul Araújo e Nunes Marques divergiram e votaram pela absolvição.
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, foi o último a votar e afirmou concordar integralmente com o relator do caso. “A resposta que a Justiça Eleitoral e esse Tribunal Superior Eleitoral dará a essa questão, eu tenho absoluta certeza que essa resposta confirmará nossa fé na democracia, no Estado de direito e nosso grau, enquanto Poder Judiciário, de repulsa ao degradante populismo renascido a partir das chamas dos discursos de ódio, dos discursos antidemocráticos, dos discursos que propagam infame desinformação. Desinformação produzida, e partir da produção, divulgada por verdadeiros milicianos digitais em todo o mundo”, argumentou.
Com a condenação, Bolsonaro fica inelegível por oito anos. De acordo com a Súmula 69 do TSE, a contagem começa na data de realização do primeiro turno das eleições, ocorrido no dia 2 de outubro de 2022. A inelegibilidade terminará no dia 2 de outubro de 2030, quatro dias antes do primeiro turno, previsto para 6 de outubro.
A defesa pode recorrer ao próprio TSE ou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a inelegibilidade. Ele pode apresentar dois tipos de recurso, ambos com prazos de três dias:
- Embargo de declaração: documento enviado ao TSE que aponta contradições e questões confusas na decisão do tribunal que poderia reverter a decisão;
- Recurso extraordinário: documento enviado ao STF que argumenta que a decisão do TSE feriu princípios constitucionais.
O ex-presidente foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação por reunião com embaixadores, no Palácio da Alvorada, nas vésperas das Eleições de 2022. O evento foi transmitido pela TV Brasil. A denúncia foi feita pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT).
No julgamento da ação, TSE também formou maioria pela absolvição de Walter Braga Netto, vice na chapa de Bolsonaro nas eleições.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.
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