?>

Destaque

Assédio Moral e Sexual: A Importância de Promover uma Cultura de Integridade no Serviço Público

Assédio Moral e Sexual: A Importância de Promover uma Cultura de Integridade no Serviço Público

Geral por RED
14/10/2024 13:00 • Atualizado em 14/10/2024 09:36
Assédio Moral e Sexual: A Importância de Promover uma Cultura de Integridade no Serviço Público

Por CARLA SANDRA*

O assédio moral e sexual são práticas que violam a dignidade humana, afetando profundamente o ambiente de trabalho e comprometendo a saúde física e psicológica das vítimas. No serviço público, essas formas de assédio têm um impacto ainda mais significativo, pois não apenas prejudicam os indivíduos envolvidos, mas também corroem a confiança da sociedade nas instituições estatais. Combater essas práticas é essencial para assegurar um ambiente de trabalho seguro, respeitoso e ético, onde os servidores públicos possam desempenhar suas funções sem medo ou constrangimento.

O assédio moral no trabalho caracteriza-se por condutas abusivas e repetitivas que expõem o servidor a situações humilhantes e constrangedoras, afetando sua autoestima e produtividade. Já o assédio sexual envolve comportamentos de cunho sexual não desejados, que podem incluir desde insinuações até avanços físicos, criando um ambiente hostil e inseguro para a vítima.

Esses comportamentos, quando presentes em instituições públicas, têm efeitos devastadores. Eles minam a coesão e a moral do ambiente de trabalho, comprometem a eficiência do serviço público e, o que é ainda mais grave, mancham a imagem e a credibilidade das instituições perante a sociedade. Além disso, o assédio no serviço público pode perpetuar uma cultura de impunidade e injustiça, caso não seja adequadamente enfrentado e punido.

Para que o serviço público possa cumprir seu papel de forma eficaz e justa, é fundamental que exista uma cultura de integridade e respeito em todas as suas esferas. Integridade no serviço público refere-se ao compromisso dos servidores em atuar com honestidade, transparência e responsabilidade, sempre em conformidade com os mais elevados padrões éticos.

Promover essa cultura é um requisito essencial para o aumento da confiança da sociedade no Estado e em suas instituições. Quando os cidadãos percebem que as instituições públicas operam com integridade, eles estão mais propensos a confiar e cooperar com o Estado, o que é vital para a eficácia das políticas públicas e para a governança democrática.

Manter um alto nível de integridade no serviço público exige, portanto, a adoção de medidas eficazes para prevenir e combater o assédio moral e sexual. Governantes e gestores públicos têm a responsabilidade de criar e implementar políticas claras e rigorosas que não apenas punam os agressores, mas que também eduquem e conscientizem os servidores sobre a gravidade dessas práticas e sobre os mecanismos de denúncia e proteção disponíveis.

Isso inclui o estabelecimento de canais confidenciais e acessíveis para a denúncia de assédio, o apoio psicológico às vítimas, e a promoção de campanhas educativas e treinamentos regulares sobre ética, respeito e igualdade no ambiente de trabalho.

Combater o assédio moral e sexual no serviço público é uma ação fundamental para o êxito de uma política de integridade. Ao proteger os servidores dessas práticas abusivas, o Estado não apenas garante um ambiente de trabalho saudável e seguro, mas também reforça a confiança da sociedade nas instituições públicas, promovendo um serviço público mais eficiente, ético e comprometido com o bem comum. Assim, a integridade deve ser vista não apenas como um valor a ser alcançado, mas como um pilar central na construção de um Estado verdadeiramente democrático e justo.

A proteção e o respeito aos direitos dos trabalhadores das forças de segurança são imprescindíveis para garantir um ambiente de trabalho livre de assédio, onde a integridade e a dignidade sejam sempre preservadas, especialmente para aquelas que tem como missão proteger e servir a sociedade e dedicam suas vidas à segurança e à justiça.

 

*Investigadora da Polícia Civil da Bahia. Dirigente do SINDPOC – Sindicato dos Policiais Civis da Bahia.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Os artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da RED. Se você concorda ou tem um ponto de vista diferente, mande seu texto para redacaoportalred@gmail.com. Ele poderá ser publicado se atender aos critérios de defesa da democracia.

Toque novamente para sair.