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As cem melhores músicas brasileiras

As cem melhores músicas brasileiras

Bem Estar por RED
03/02/2025 18:00 • Atualizado em 02/02/2025 22:19
As cem melhores músicas brasileiras

Por SOLON SALDANHA*

Criar listas classificatórias sobre quaisquer assuntos é sempre algo que tende a ser problemático. Porque, como disse certa vez o jornalista e escritor Nelson Rodrigues (1912-1980), “quem pensa com a unanimidade não precisa pensar, uma vez que toda a unanimidade é burra”. Ou seja, elaborar uma é saber previamente que haverá contestação, tendo em vista que ela terá como componente da escolha a opinião pessoal ou do grupo que a fez. Pois em outubro de 2009 a revista Rolling Stone Brasil – ela circulou de 2006 até 2018 – se propôs a apontar quais seriam as cem maiores músicas brasileiras de todos os tempos. Importante salientar que o termo “maiores” não denota tamanho, mas reconhecimento e aplausos. Ou seja, no meu entender teria sido bem mais preciso se tivessem usado “melhores”, como fiz ao titular o presente texto. Agora, considerando-se que a qualidade da produção nos últimos anos anda muito baixa, esta lista ainda pode ser referência, apesar de suas falhas, as quais nem vou discutir aqui.

Em primeiríssimo lugar ficou Construção, do cantor e compositor Chico Buarque de Holanda, que foi considerada, ao lado de Pedro Pedreiro, como o ponto alto da vertente crítica do autor. A segunda colocada foi Águas de Março, de Tom Jobim, cantada magistralmente pela gaúcha Elis Regina. Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, ficou com a “medalha de bronze”. Fecham o quinteto de ouro Asa Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; e Mas Que Nada, de Jorge Ben Jor. Essa última provavelmente a mais questionada neste grupo, até por ter superado Chega de Saudade (6ª), de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, que era cantada por João Gilberto; e Panis et Circencis (7ª), composta por Caetano Veloso e Gilberto Gil, famosa pela interpretação feita por Os Mutantes.

Não pretendo aqui apresentar todas elas, sendo possível encontrar com facilidade a relação na internet. Mas, antecipo que outras obras primas a compõem. Como Aquarela do Brasil (Ary Barroso), As Rosas Não Falam (Cartola), O Bêbado e a Equilibrista (João Bosco e Aldir Blanc), Como Nossos Pais (Belchior), Felicidade (Lupicínio Rodrigues), Azul da Cor do Mar (Tim Maia), Brasileirinho (Waldir Azevedo e Pereira Costa), Chão de Estrelas (Sílvio Caldas e Orestes Barbosa), Luar do Sertão (Catulo da Paixão Cearense), Rosa de Hiroshima (Gerson Conrad e Vinícius de Moraes), Cálice (Chico Buarque e Gilberto Gil), Que País é Esse (Renato Russo), e Casa no Campo (Zé Rodrix e Tavito). Com essas citações chego a um total de 20, apenas a quinta parte das cem listadas pela Rolling Stone Brasil. E sou capaz de apostar que nem todos os meus leitores e leitoras estão satisfeitos com a escolha que estou fazendo, meu recorte dentro da listagem anterior feita pela revista. Se eu considerasse o grupo das cem, isso seria ainda mais acentuado, com absoluta certeza.

Em termos de compositores, os que mais aparecem são Tom Jobim, com oito canções; Vinícius de Moraes, sete; Chico Buarque de Holanda, seis; e Caetano Veloso, com cinco. A principal intérprete, com quatro músicas, foi Elis Regina, enquanto Tim Maia apareceu em três. Mas, temos alguns infiltrados, como Racionais MC’s, Cynara & Cybele, Tony Tornado e Blitz.

Voltando de alguns dias de mais do que necessárias – e ouso dizer também merecidas – férias, pensar e escrever sobre música é uma forma leve de recomeçar com as atividades cotidianas. E deixo um desafio para quem me lê agora: tente fazer a sua própria lista, com pelo menos umas dez canções. Quem sabe possa ainda aproveitar para ouvir todas ou algumas delas, se dando conta do talento dos profissionais que a compuseram e/ou interpretam, além de relembrar o quanto foram e são impactantes na sua vida? Se achar conveniente, pode inclusive enviar para o blog.

 

 

*Solon Saldanha é jornalista e blogueiro.

Texto publicado originalmente no Blog  Virtualidades.

Foto de capa: Reprodução

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