De ALEXANDRE CRUZ*

Esses dias recebi do meu amigo e irmão argentino Andres Johansson uma pintura de Joseph Desirée-Court, onde um homem busca salvar seu pai e ignora completamente a esposa e filho, que são os mais próximos dele. Este quadro é fascinante. Nos leva para uma reflexão. A mãe representa vida. A criança o futuro. O pai o passado. Na interpretação desta magnífica obra, o cidadão se apega ao passado, perde a vida e o futuro. E assim são os conservadores. Um parte são conservadores não porque são de uma formação ideológica de direita e sim porque buscam 1964. Além disso, perseguem os costumes dos anos 50, em que a mulher não tinha espaço, a não ser dizer: ‘sim, senhor!’ A extrema direita busca exterminar  a vida e o futuro e sabem por que  agem assim? Leitores e leitoras, porque eles são antidemocratas!

Eles defendem programas de escolas cívicos militares. Um nicho escolar de doutrina do ódio. Sabem por que agem assim? Leitores e leitoras,  porque eles são antidemocratas! Ontem, terça-feira, o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, confirmou Renato Feder para Secretário de Educação do estado paulista. Na gestão desta pasta, só que no Paraná, Feder defendeu a extinção do Ministério da Educação e implementou 207 escolas cívico-militares. Sabem por que  agem assim? Leitores e leitoras, porque eles são antidemocratas!

O preceito básico da democracia é a expropriação dos privilégios. Não vou lembrar que tempos atrás da nossa história os eleitores eram homens brancos, renda financeira alta. As manifestações antidemocráticas que percorrem o país para defender a manutenção do Jair Bolsonaro no governo é em  defesa em manter os privilégios de uma minoria. Sabem por que  agem assim? Leitores e leitoras, porque eles são antidemocratas!

A Folha de São Paulo, como os demais jornais do centro do país, tem pressionado e buscado disputar o controle do governo eleito. A pauta principal é a defesa do dito mercado. Preocupados, não com o povo, não com o coletivo, e sim com o teto de gastos. A retomada da Bolsa Família, o qual Lula pretende que não esteja dentro do controle rígido do teto, recebe muitas críticas por parte da imprensa. Sabem por que agem assim? Leitores e leitoras, porque eles são antidemocratas.

Jair Bolsonaro é o símbolo do passado. O estilo do Bolsonaro arrogante, tosco, grosseiro, inculto, machista, homofóbico, racista. Mais próprio de um animador de quinta categoria de programa de auditório do que um Presidente da República. Hamilton Mourão, atualmente vice presidente e senador eleito, que se credencia a ser o líder da ultra direita brasileira, revela em suas posições a dificuldade de adaptação a um novo Brasil que ressurgirá: um país democrático e respeitado pela comunidade internacional. Mourão afirmou que a direita vai lutar contra a esquerda revolucionária. Hamilton, não faz falta atuar para ocupar o espaço do teu chefe de governo e substituí-lo na liderança política do campo da direita da direita.

Esses que estão vestidos de verde amarelo, financiados por lideranças de extrema direita, não compreendem o que é o Brasil. Desprezam o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral e o Congresso Nacional. No momento em que questionam as decisões do TSE e do STF demonstram o desprezo pelo nosso país. Essa gente recuperou o pior discurso das tradições políticas do Brasil: o discurso antiBrasil. De qualificar a si mesmo de patriotas e se apropriar dos símbolos nacionais, um discurso da ditadura de 64. Discurso político que exterminou milhares de cidadãos brasileiros durante o regime militar. Discurso político que destruiu a democracia e aumentou a desigualdade social. Há pessoas que trocaram a jaqueta da ditadura e da noite para o dia viraram democratas.

Alguns, inclusive, ligados ao ditador Emílio Medici. Um deles, recentemente teve o audio vazado defendendo o golpe. Não precisa dizer o nome.

Essa gente que anda nas ruas como zumbis trajados de verde e amarelo estão traindo o nosso país. Trair Brasil é atacar os direitos dos trabalhadores. Trair Brasil é atacar a democracia. Tenho minhas críticas a Angela Merkel, que foi chanceler da Alemanha, mas reconheço virtudes. Um dos seus correligionários na época ofereceu a bandeira alemã para Merkel. Sabe que a chanceler fez? Imediatamente devolveu a bandeira. Ou seja, nenhum partido político pode se arvorar no direito de representar exclusivamente o nosso país.

Por fim, o próximo governo terá muitos inimigos. Terá poderes econômicos e financeiros com seus braços midiáticos prontos para combater e desgastar o governo do PT e a sua coalizão histórica. O futuro governo, que está próximo, irá defender a democracia com a lei, com a lei, com a lei e com a lei. Não se deve permitir espaço para os atores que sabotam a democracia. Devem ser punidos como começa a ocorrer, pois a democracia não pode jamais tolerar aqueles que buscam destruir a mesma!

*Jornalista.

Imagem da pintura citada no artigo – arquivo pessoal do autor.

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