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Opinião

A diversidade tomou posse no Brasil

A diversidade tomou posse no Brasil

Artigo por RED
08/01/2023 12:21 • Atualizado em 09/01/2023 14:25
A diversidade tomou posse no Brasil

De RICARDO ALMEIDA*

A diversidade foi a imagem que mais se destacou durante as celebrações do novo governo Lula. Ela já estava na escolha do vice e dos partidos que compuseram a frente eleitoral, mas essa simbologia se ampliou na composição dos ministérios e na subida da rampa com entrega da faixa presidencial. Foram construções criativas, pois também espelharam as organizações e as caravanas que viajaram de diferentes regiões até Brasília para celebrar a grande conquista na última eleição. Foi uma cerimônia que emocionou a todos, todas e todes que prezam pela democracia e reconhecem a diversidade cultural existente no nosso país.

Lula foi claro e objetivo nos seus três pronunciamentos (no Congresso, no palácio do Planalto e, à noite, no Festival do Futuro), tanto ao se referir à diversidade e à defesa da democracia, como ao golpe na presidenta Dilma, ao desmonte do Estado e das políticas sociais. Enfatizou as prioridades do novo governo: o povo pobre e as mulheres, além dos povos originários e afrodescendentes.

O presidente chorou ao falar da miséria e da fome que tomou conta do país e se emocionava sempre que lembrava do genocídio patrocinado pelo bolsonarismo, ao que o povo respondeu com a palavra de ordem: “Sem anistia! Sem anistia!” Ao que tudo indica, este será o caminho a ser adotado, pois o ministro Flávio Dino vem destacando esta pauta e Lula, no Congresso, falou em punição “a quem errou”.

Quase todos os ministros e ministras já anunciaram medidas fundamentais para demarcar com a sociedade conservadora, e dá para destacar algumas delas, como a crítica ao teto de gastos, a revogação dos decretos pró-armamentistas, a restauração do Fundo Amazônia, a inclusão das pessoas com deficiência e o cancelamento da privatização de algumas estatais… Mas a maior simbologia está nas indicações dos ministérios dos Povos Indígenas, dos Direitos Humanos, da Cultura e da Igualdade Racial, e de cargos do segundo escalão, pois elas representam antigas pautas antipatriarcais e anticolonialistas.

Lula também advertiu que o seu governo não gosta de puxa-sacos e isto quer dizer que vamos precisar de organizações muito mais propositivas. Ou seja, que agora é hora de celebrar, mas também de começar a refletir sobre as contradições que fazem parte deste governo de Frente Amplíssima. Percebam que até a Rede Globo está animada com os primeiros sinais emitidos, e isso, por si só, revela que estamos inaugurando um período de muita disputa cultural e política.

Enfim, a presença de diversas representações internacionais demonstra que o mundo está esperançoso com o novo período que se abriu no Brasil, e que a elaboração de políticas de integração econômica, social, política e cultural se impôs mais uma vez.

Portanto, vamos precisar da ousadia das pessoas que ainda sonham junto com as suas organizações, para fortalecê-las e elaborar propostas que sejam viáveis nos municípios, nos estados e no país, para não sermos surpreendidos novamente pela sociedade reacionária e conservadora.


*Gestor cultural, membro do movimento Fronteras Culturales.

Imagem em Pixabay.

As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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