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Pesquisa: 86% de trabalhadoras negras relatam casos de racismo
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Todas as entrevistadas têm nível superior e estão empregadas Nesta terça-feira (21), quando se comemora o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, pesquisa feita pela consultoria Trilhas de Impacto aponta que 86% das mulheres já sofreram casos de racismo nas empresas em que trabalham. A pesquisa inédita Mulheres Negras no Mercado de Trabalho, realizada por meio da rede social Linkedin, contou com a participação de 155 mulheres na faixa etária de 19 e 55 anos, sendo a média prevalente entre 30 e 45 anos. Do total das participantes, 50,3% possuem nível superior e pós-graduação ou especialização; 13,5% mestrado e doutorado; e 24,5%, ensino superior completo. Suas áreas de trabalho são educação, recursos humanos, tecnologia da informação (TI) e análise de sistemas, telemarketing, relações-públicas, administração e comércio. A coleta de dados foi efetuada em 2021 e 2022. À Agência Brasil, a diretora-presidente da consultoria, Juliana Kaizer, destaca que todas entrevistadas têm formação acadêmica.  “Isso, para mim, é um dado muito relevante, porque todas as mulheres entrevistadas têm curso superior completo e estão formalmente empregadas. Chamou muito minha atenção que o fato de as pessoas terem nível superior ou pós-graduação não impede que elas sofram racismo. É assustador”, manifestou Juliana. A pesquisadora também é uma mulher negra, professora do MBA em responsabilidade social e sustentabilidade do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do curso de diversidade da Escola de Negócios (IAG) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). É ainda aluna de pós-graduação da Fundação Getulio Vargas e conselheira da Associação Brasileira de Recursos Humanos seção Rio de Janeiro (ABRH-RJ). Mito Na avaliação de Juliana, a pesquisa faz cair o mito da democracia racial que indica que, se a pessoa tiver um bom nível de educação, não vai sofrer racismo. O objetivo foi conhecer a realidade das mulheres pretas e pardas no mercado de trabalho. Durante a análise dos dados, Juliana percebeu que alguns aspectos se repetiam nos relatos e decidiu dividi-los em categorias para melhor compreensão dos resultados qualitativos. Cabelo, por exemplo, foi um desses aspectos. Mais de 70% das mulheres relataram que, durante a jornada profissional, precisavam explicar porque o cabelo estava alisado, era black, ou a razão de terem colocado lace nos cabelos (prótese feita fio a fio em uma tela de microtule). “Acho que esse é um dado importante para a gente considerar.” Outro dado que chamou a atenção foi que 68% das profissionais disseram ter sido confundidas, em algum momento, com a faxineira ou moça da limpeza da empresa. “Eu estou falando de mulheres com ensino superior completo e pós-graduação”, ressaltou. Uma coordenadora de área mencionou que, todo dia, o líder do setor pedia para ela deixar arrumado o espaço pessoal e dos demais colegas. “Ela não conseguia entender por que lhe era pedido aquilo. Os colegas iam embora e ela ficava limpando a sala. Até que se deu conta de que estava sendo vítima de racismo. Mas demorou, porque ficou mais de um ano nessa situação”. Para Juliana, a situação é muito crítica. “É um negócio assustador”. A pesquisa revela que mais de 50% das consultadas disseram que a cor da pele e o lugar onde moravam foi perguntado durante as entrevistas online no recrutamento. “Elas perceberam que, durante as entrevistas, no processo seletivo, tudo ia muito bem no formato online, com análise do currículo, mas que, no momento da entrevista ao vivo, com a câmera aberta, os recrutadores, em geral mulheres brancas, voltavam atrás. “Esse foi também um aspecto que as profissionais negras falaram muito”. Chamou a atenção também o fato de apesar de mais de 70% das respondentes terem pós-graduação, isso não faz com que elas subam na empresa. “Muitas estão há dez anos no cargo, não veem nenhuma pessoa parecida com elas em cargo de liderança, enfim, não se sentem estimuladas”. Distanciamento Como pesquisadora negra, Juliana disse ter sido difícil sair um pouco dela mesma para focar na pesquisa de forma distanciada. “Porque estou falando de mim também. São barreiras pelas quais eu também passo. Se eu falo três idiomas, se moro fora do Brasil, não adianta. A cor da minha pele chega antes. E foi isso que a pesquisa mostrou. Muitas mulheres falam inglês, algumas têm mestrado e doutorado e são tratadas de uma forma aviltante. E, se tem racismo, é porque tem racistas”. Mulheres que estão em cargos de coordenação e gerência afirmaram que quando descobriam que um colega branco desempenhava a mesma função mas tinha salário maior, e elas pleiteavam aumento, as empresas criavam um cargo para justificar que a outra pessoa, na mesma posição, ganhava mais. Todas, sem exceção, falaram de exaustão no trabalho, tendo que dar provas de competência o tempo todo e, ao mesmo tempo, não ganhar o suficiente para sobreviver. Outro dado importante é que as mulheres negras não crescem na carreira profissional no Brasil. “Elas podem até crescer em cargos, mas não crescem em dinheiro”. Juliana destacou que 52% dos estudantes de universidades federais são negros e questionou por que essa prática não se repete nas empresas, com pessoas pretas em cargos de liderança, ganhando um bom dinheiro. De acordo com estudo do Instituto Ethos de 2020, mulheres negras representam 9,3% dos quadros das 500 maiores companhias do Brasil, mas estão presentes apenas em 0,4% dos altos cargos. Ela espera que as empresas fiquem constrangidas diante do resultado da pesquisa e que isso possa levar a uma mudança de comportamento. “A gente tem um problema para resolver enquanto nação”. Na pesquisa, das 155 entrevistadas, pelo menos 40 mulheres falaram das mesmas empresas e o nome de 16 dessas companhias se repetiu nas citações. Matéria publicada originalmente pela Agência Brasil. Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21 Para receber os boletins e notícias direto no seu Whatsapp, adicione o número da Rede Estação Democracia por este link aqui e mande um alô.

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Claudir Nespolo é nomeado superintendente regional do Trabalho no RS
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Metalúrgico e sindicalista defende mão firme do Estado para quem insistir na agenda do trabalho sem dignidade Metalúrgico de uma longa e reconhecida trajetória no movimento sindical, Claudir Nespolo é o novo superintendente regional do Trabalho no Rio Grande do Sul. A nomeação, assinada pelo ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Luiz Marinho, consta em portaria publicada no último dia 17 de março no Diário Oficial da União. Claudir vinha atuando como secretário de Organização e Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT-RS). Já foi diretor e presidente da CUT-RS e também diretor e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, além de diretor e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT). Conforme aponta a central, dezenas de sindicatos e federações de trabalhadores indicaram seu nome ao ministro para exercer o cargo. O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, saudou a escolha para “reconstruir a Superintendência Regional do Trabalho no RS, combater as injustiças e atuar para erradicar o trabalho escravo, valorizar as negociações coletivas e garantir o respeito aos direitos humanos e trabalhistas, na defesa do trabalho digno e decente”. "Garantir trabalho digno e decente para todos” O novo superintendente regional disse que ocupar o posto “representa somar no esforço extraordinário de recuperação e transformação do Brasil a partir das relações de trabalho”. Ele começou esta segunda-feira (20) integrando a comitiva do ministro Luiz Marinho, em Bento Gonçalves, no combate ao trabalho análogo ao escravo. “Não é possível esses retrocessos autorizados no último período permanecerem como normas, como algo normal. Pelo contrário, foi uma exceção que deverá ser extinta com diálogo, penalizações e orientações para que nunca mais aconteçam esses episódios, e o Rio Grande do Sul e o Brasil caminhem rumo a um ambiente de trabalho decente e digno que merece cada trabalhador e trabalhadora para ganhar o seu pão de cada dia”, frisou. Ele promete muito empenho na nova atribuição. “Diuturnamente trabalharemos pactuando com agentes do Estado, como o Ministério Público, as áreas de saúde, educação e Sistema ‘S’. Queremos que avancem as contratações coletivas, de modo a garantir trabalho digno e decente para todos.” Segundo Claudir, “não é possível ter um auditor-fiscal em cada empresa ou um policial atrás de cada empresário, mas é possível pactuar metas e normas e quem sair fora será penalizado como deve ser”. O novo superintendente defende “a construção coletiva dos processos e a mão firme do Estado para aqueles que insistirem na agenda do trabalho sem dignidade”. Matéria do Brasil de Fato, com informações da CUT-RS Foto: Pedro França/Agência Senado


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Amigos contra a democracia

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Amigos contra a democracia
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De NUBIA SILVEIRA* Preparem-se. Nova tentativa de golpe à vista. Ou quem sabe “apenas” um novo tumulto, com quebradeira. A afirmação/previsão se deve à mais recente incitação a protestos, feita pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump, no sábado (18/3), que deve, em algum momento, agitar também a massa bolsonarista. Trump, como o ex-presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro, anda enrolado com a Justiça e resolveu se antecipar a um possível (ele considera iminente) pedido de prisão, pelo promotor Alvin Bragg, de Nova York. Apesar de Bragg não ter se pronunciado sobre o caso até sábado, Trump acredita que será preso nesta terça-feira e resolveu agitar e colocar em campo a direita conservadora trumpista. Ele é acusado de ter pago 130 mil dólares à atriz pornô Stormy Daniels para que ela ficasse de boca fechada, durante a campanha para a Casa Branca, em 2016, sobre a relação que tiveram. O dinheiro foi entregue pelo seu então advogado Michael Cohen, condenado a três anos de prisão. Em seu twitter de sábado, ele afirmou, desconhecendo a postura contrária de seus assessores mais próximos: “É hora! Nós não podemos mais permitir isso. Eles estão matando nossa nação enquanto nos sentamos e assistimos. Devemos salvar a América! Protesto, protesto, protesto!!!”. O ex-presidente também enviou e-mails para seus apoiadores, com pedidos de contribuição. De imediato, congressistas republicanos, ligados a Trump, começaram a se pronunciar, como fez o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, no seu twitter: “Estamos de novo frente a um escandaloso abuso de poder de um promotor, que permite que os criminosos violentos andem livre pelas ruas, enquanto prossegue com uma vingança política”. Informou ainda, segundo o espanhol El Pais, ter ordenado a um comitê que “investigue se recursos federais estão sendo usados para subverter nossa democracia, interferindo nas eleições com uma acusação motivada por razões políticas”. O que resultará do comando do Trump, acusado de promover o ataque ao Congresso em 6 de janeiro de 2021? O que a turba revoltada poderá provocar? E se em Nova York encontrarem-se, protestando, trumpistas e anti-trumpistas? A Trump o que interessa é criar barulho em sua defesa. Ele poderá ser o primeiro ex-presidente dos EUA a ser preso. A prisão também pode ser o destino de Bolsonaro. Os dois líderes populistas de direita andam de mãos dadas. A direita brasileira, como lembra a Folha de S.Paulo, deste domingo, 19, importa todas as pautas da norte-americana. Bolsonaro, que tem em Trump o seu principal ídolo, já deve estar se preparando para imitá-lo na primeira oportunidade que tiver. Não acredito que o ex-presidente fujão esteja nos Estados Unidos apenas tomando novos ares e recarregando energias. Quando anunciou que estava sem recursos para seguir por mais tempo na Flórida, seus amigos empresários paulistas anunciaram que haviam feito contatos com parceiros norte-americanos (já tinham acertado com dez deles) que pagariam ao brasileiro 10 mil dólares por palestra. Ótimo reforço ao caixa particular. Naquele momento me perguntei o que Bolsonaro teria a dizer, que valesse tanto dinheiro? Depois, lendo as notícias e vendo as imagens de suas primeiras palestras, me dei conta que para a direita internacional não interessa o que digam seus representantes. Eles estão ali para serem saudados com bandeiras, banners, hinos e muitos aplausos ao dizerem simplesmente good morning. Recentemente, no twitter, o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc mostrava-se totalmente revoltado com o anúncio de que o ex-presidente será um dos palestrantes do seminário sobre meio ambiente e sustentabilidade, promovido pela Geoflorestas, no próximo 30 de março, na Flórida. Mais uma palestra mentirosa dirigida ao seu público. Bolsonaro não está parado. Sua rotina, descrita, em fevereiro, pela revista Time, como surreal, começou a mudar. Faz contatos com conservadores norte-americanos, que podem apoiar os seus desvarios político com “alguns dólares”. Fala para evangélicos - os ingressos de 10 a 50 dólares esgotaram em dois dias -, faz novos amigos como o jovem conservador Charlie Kirk, de 29 anos, agitador de extrema-direita, ligado à invasão do Capitólio e “aprende” com trumps e bannons da vida como golpear a democracia. Ele até participou, no início de março, em Washington da CPAC – Conservative Political Action Conference, a maior conferência dos conservadores/direitistas norte-americanos. O ataque de 8 de janeiro aos três poderes foi uma cópia planejada, com tempo e dinheiro, do ataque ao Congresso estadunidense. Apesar de não ser uma pessoa que vê conspirações em todos os cantos, acho que devemos nos preparar para mais uma reprodução de atos incentivados por Donald Trump. Seu pupilo deve estar ansioso para promover uma nova agitação de verdes e amarelos. *Jornalista, trabalhou em jornal, TV e assessoria de imprensa, em Porto Alegre, Brasília e Florianópolis. Foi repórter, editora e secretária de redação. Idealizadora do programa Espaço Plural da RED – Rede Estação Democracia. Foto em Getty Images. As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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Sérgio da Costa Franco – Resgate

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Sérgio da Costa Franco – Resgate
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De ADELI SELL* Porto Alegre e o Rio Grande do Sul nunca vão conseguir pagar sua dívida com Sérgio da Costa Franco. Faleceu em outubro de 2022. E em 2022 Porto Alegre festejou seus 250 anos. Deveria ter sido o ANO SÉRGIO DA COSTA FRANCO. Não foi. Estava vivo. Isto eu registro. Isto eu cobro. E faço este RESGATE para que não se esqueça dele e de suas façanhas. Sim, ele fez façanhas. Nasceu em Jaguarão em 1928. Tem 29 livros publicados. Era de uma família de oito filhos. Com a morte prematura do pai, a mãe e filhos vieram para Porto Alegre, em 1935. Formado em Geografia e História. Lecionou. Estudou Direito. Tornou-se Promotor de Justiça. Seu primeiro trabalho específico sobre Porto Alegre foi o livro que conta detalhadamente a História da Praça do Comércio e a formação da Associação Comercial, dando um quadro da economia e da história da cidade de então. São clássicas obras como Porto Alegre – Guia Histórico; Porto Alegre ano a ano; A Velha Porto Alegre; Porto Alegre sitiada (um livro corajoso, tocante, verdadeiro); Dicionário Político do Rio Grande do Sul, entre tantas outras. Porto Alegre ano a ano inspirou o economista e memorialista Paulo Timm a nos propor um Cronoletes, Porto Alegre 250 anos, um site com verbetes por ordem cronológica, acompanhando em parte o que o Sérgio da Costa Franco nos legou. Em 1967, Sérgio lançou seu Júlio de Castilhos e sua época. Naquele momento, o nosso historiador via com maior ânimo a sua figura do caudilho positivista, que foi mudando um pouco ao longo dos anos, sendo mais crítico. A guerra civil de 1893, que ele lança em 1993, no centenário daquela guerra que ficou conhecida como “das degolas”, ele tem uma visão bem mais crítica dos chimangos. Em minha opinião é o livro mais elucidativo daquele episódio. Não me esqueço dos livros Cinco Tumbas de Gumersindo Saraiva, de Ricardo Ritzel; Um tal Adão Latorre, de Nilson Mariano ou os escritos do casal Flores sobre este evento. Em 1988 veio o icônico e mais completo livro sobre nós: Porto Alegre: guia histórico. Recentemente, consegui a 5ª. edição, ampliada e revisada, com uma bela capa, escolhida a dedo pelo autor. Louvo a Martins Livreiro e a Edigal pelo esforço de lançar muitas de suas obras. Antes, 1967, tinha surgido: Porto Alegre ano a ano: uma cronologia histórica 1732/1950. Resta que nós tratemos de fazer seu complemento de 1950 até 2002, pelo menos, ano dos nossos 250 anos. Muito foi escrito por viajantes e muito se escreveu sobre eles, e Sérgio nos legou Os viajantes olham Porto Alegre: 1890-1941. Outro texto que nos trouxe luzes foi A pacificação de 1923: as negociações de Bagé. Sobre este episódio e Assis Brasil tem muitos escritos, mas restam elementos a serem estudados, sendo alguns deles apontados neste escrito. Como bom historiador e Memorialista, nos deixou uma leitura obrigatória: As "califórnias" do Chico Pedro. Sem isso, não se entende como os farrapos foram derrotados na capital. Na verdade, foi com Porto Alegre sitiada: um capítulo da Revolução Farroupilha: 1836-1840, e com o Califórnias que ficamos sabendo das razões “imperiais” da capital, ou melhor, por que razão os farrapos não tinham tanta razão como alguns alardeiam. Nunca foi um levante universalista. Apenas o jornalista Walter Galvani foi outro corajoso em abordar este tema. Neste apanhado não esqueço grandes historiadores como Sandra Jatay Pesavento, Francisco Riopardense Macedo, e escritos como os do Juremir Machado da Silva, em textos dos jornalistas atuais. Ainda temos o emblemático e despido de adjetivos Dicionário político do Rio Grande do Sul, 1821-1937. Até então havia livros que falavam de figuras da política local, mas muito que líamos eram textos laudatórios. Aqui, temos fotografias, sem retoques e poucos adjetivos. Com estes elementos não esgoto a obra do mestre. O livro Guia Histórico nos traz uma pesquisa em fontes primárias, como era de seu feitio, sobre os elementos fundantes da cidade, como agiam seus intendentes, a relação com o governo do Estado, com a União, com a Câmara Municipal. Aprendemos que a estrutura estatal em nenhum dos níveis se iguala com a atualidade. É também até agora é o “guia” mais completo sobre denominação de logradouros. É claro que em termos numéricos há centenas e centenas de ruas a merecer estudos, para saber as razões das denominações. A precarização de dados como de registros sobre denominações nos arquivos públicos é grande, sendo o livro de Sérgio uma forma adequada, ágil e certeira de termos certos dados. Estudos que faço há tempos já deram o livro Certas ruas de Porto Alegre e, em breve, por inspiração do mestre Sérgio da Costa Franco, poderei apresentar um apanhado sistematizado, com novos e velhos dados. Que a Memória, sob a batuta de Kronos, não deixe que o Esquecimento nos atrapalhe. *Escritor, professor e bacharel em Direito. Imagem de divulgação da capa do livro de Sérgio da Costa Franco. As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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O TPI e o mandado de prisão de Bolsonaro

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O TPI e o mandado de prisão de Bolsonaro
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De JEFERSON MIOLA* O Tribunal Penal Internacional [TPI] emitiu mandado de prisão do presidente russo Vladimir Putin sob alegação da prática de crimes de guerra e contra a humanidade. Putin foi enquadrado no artigo 5 do Estatuto de Roma, norma da ONU aprovada em 17 de julho de 1998 na Conferência Diplomática das Nações Unidas que instituiu o TPI. O TPI é um tribunal permanente de justiça internacional com sede em Haia, na Holanda, com jurisdição para investigar, julgar e condenar indivíduos acusados de crimes considerados internacionais: genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra e crime de agressão. Como, no entanto, a Rússia não é signatária do Estatuto de Roma, na prática esta decisão do TPI tem efeito mais simbólico e político-propagandístico do que concreto, pois o Tribunal somente pode atuar quando o indivíduo acusado pertence a um país submetido à sua jurisdição; ou seja, quando é um nacional de um país que aderiu ao Estatuto de Roma. A iniciativa do TPI em relação ao presidente Vladimir Putin, mesmo assim, serve de alento à sociedade brasileira, que pode – e deve – insistir nas demandas apresentadas ao Tribunal em relação a Jair Bolsonaro. O genocida brasileiro foi denunciado em vários processos por genocídio e crimes contra a humanidade que, todavia, não prosperaram no âmbito do TPI. Depois da célere decisão do TPI sobre Putin, seria contraditório o Tribunal não acelerar, também, a análise das denúncias contra Bolsonaro, uma vez que ele é denunciado por infringir o mesmo artigo 5 do Estatuto de Roma usado no enquadramento de Putin. Diferentemente da Rússia, porém, o Brasil é signatário do Estatuto de Roma, que foi assinado em 7 de fevereiro de 2000 e ratificado em 20 de junho de 2002, com o que esta norma internacional integra a legislação brasileira; faz parte do ordenamento jurídico nacional. Neste sentido, o julgamento de Bolsonaro pelo TPI estaria dentro das normas legais, e com certeza contaria com a facilitação das instituições nacionais para sua concretização. O TPI bem que poderia emprestar a mesma determinação e a mesma celeridade empregadas contra Putin para se pronunciar com urgência sobre as denúncias contra Bolsonaro, sobretudo depois da revelação do bárbaro extermínio do povo Yanomami. O TPI demonstrou, no caso Putin, que quando tem vontade e, em especial, forte motivação política, age com rigor. As organizações internacionais e brasileiras comprometidas com os direitos humanos e com o julgamento dos crimes de genocídio e contra a humanidade cometidos por Bolsonaro e outros membros do governo fascista-militar devem aproveitar a vontade política demonstrada pelo TPI e pressionar pela investigação, julgamento e condenação dos genocidas brasileiros em Haia. O julgamento de Bolsonaro pelo cometimento dos crimes internacionais sob jurisdição do TPI é de interesse mundial, pois a extrema-direita por ele liderada, que professa ideias fascistas e racistas que violam o direito internacional, é uma peça fundamental da engrenagem fascista internacional. A decisão do TPI que é inócua para Putin vale, porém, para Bolsonaro e para delinquentes civis e fardados do governo fascista-militar. Eles precisam responder nos tribunais nacionais e internacionais pelo genocídio do povo Yanomami e pela prática de outros crimes contra a humanidade perpetrados contra o povo brasileiro no período de 2019 a 2022. É chegada a hora do TPI expedir o mandado de prisão do Bolsonaro e toda camarilha genocida. *Analista político. Artigo publicado originalmente no blog do autor. Ilustração: Aroeira / As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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Rui Facó, o intérprete do Brasil Profundo

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Rui Facó, o intérprete do Brasil Profundo
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De LINCOLN PENNA* É na economia política que convém procurar a anatomia da sociedade civil. (K. Marx. Prefácio Para a Crítica da Economia Política).   Há sessenta anos morreu Rui Facó. Escritor talentoso, intelectual pertencente a uma geração que subsidiou o Partido Comunista do Brasil e autor de uma obra genial intitulada Cangaceiros e Fanáticos: gênese e lutas, na qual sustenta que ao sertanejo pobre e oprimido só resta a escolha entre o cangaço e o messianismo. Essa situação foi muito bem sublinhada por Carlos Alberto Dória, em seu artigo “O Nordeste: `Problema Nacional` para a esquerda”, que faz parte do livro História do Marxismo no Brasil coordenado por João Quartim de Moraes e Marcos Del Roio e publicado pela Unicamp. A exemplo de Nelson Werneck Sodré, Alberto Passos Guimaraes, Caio Prado Junior e tantos outros estudiosos da realidade brasileira em meados do século XX, a presença do latifúndio responde pela miséria no campo, pela seca crônica da região nordeste, em especial, e esses intérpretes entendiam ser essa a razão que impunha a essas populações a saída da região em direção ao Sul e Sudeste. Aos que permaneciam, a alternativa era uma dessas formas de inserção apontada acima, isto, tornarem-se cangaceiros ou aderirem ao misticismo. Em ambas as formas procuravam se desvencilhar da opressão que se encontra presente em suas vidas uma componente insurgente, capaz de potencialmente enveredar para confrontos em face das estruturas que os oprimem. Como se sabe, desde a “lei das terras”. De 1850, a posse foi banida praticamente dos costumes de apropriação nas chamadas terras devolutas, ou seja, da União. Logo de ninguém. A partir dessa data, somente a compra daria lugar ao título de propriedade fundiária. Era, então, a primeira manifestação da internalização do capitalismo no campo. Todavia, os latifundiários, através da grilagem, passaram a incorporar essas terras, uma vez que pela via legal a tal lei se tornava praticamente inócua, uma vez que somente quem tinha condições poderia adquiri-las. Assim, os latifundiarios lançavam mão de expedientes extralegais para se apropriaram de modo a expandir as suas grandes propriedades rurais, grande parte delas improdutivos como sói a acontecer com as terras do latifúndio. Portanto, com a introdução do capital como meio de aquisição de terras, quem não possuía renda estava cexcluído a partir da implantação da tal lei. Facó associa em seu livro o fanatismo à ação dos cangaceiros, cuja recepção nas elites letradas levou a duas situações quanto a interpretação. Primeiro, que o fanatismo tal como ficou conhecido era uma forma de desqualificar a luta de resistência sertaneja, empregada de maneira preconceituosa, como ocorrera com o episódio de Antônio Conselheiro, em Canudos, no final do século XIX. Ou da mesma forma que a ditadura anos depois passaria a denominar de terroristas os militantes que se empenhavam em derrubar o regime militar e empresarial de 1964, seja pela via do confronto armado ou não. A outra coisa, ou observação, é a de que mais do que fanatizados essa gente pobre, explorada e excluída de toda e qualquer assistência por parte do estado. Era muita mais vítima de um sistema social dos mais perversos, que de costume acaba por ser naturalizado como algo derivado do destino. O misticismo é quase sempre o resultado gerado por um inconformismo diante de uma sensação de impotência estimulada pelos próprios opressores dentro dessa lógica da suposta loteria da vida. Costumo para isso lembrar sempre que posso os ensinamentos de Marx em “Sobre a questão judaica”, quando se refere à religiosidade. Diz Marx: “A miséria religiosa é a expressão da miséria real e ao mesmo tempo o protesto contra a miséria real. A religião é o gemido da criatura oprimida, a alma de um mundo sem coração, assim como o espírito de uma situação sem espírito” E conclui: “Ela é o ópio do povo”. Como amparo é tão ilusória a religião quanto ilusória é a possibilidade de alcançar uma felicidade sem remover tudo que impede a verdadeira libertação de quem é oprimido. Facó faleceu em 15 de março de 1963, em um momento em que vivíamos tempos de esperança. Já tinha se passado, então, três meses que o presidente João Goulart havia recuperado as suas prerrogativas presidenciais com o plebiscito realizado em janeiro daquele ano, que restaurou o sistema presidencialista. Os periódicos de esquerda, inclusive os comunistas, circulavam livremente, e dois dias antes tinha ocorrido o Comício da Central do Brasil no qual foi lido o decreto de Reforma Agrária e tambem do decreto que encampava as refinarias petrolíferas particulares. Muito embora o clima de tensão não estivesse ausente, parecia a todos nós que o futuro estava chegando, finalmente. A morte de Facó ofuscou o pensamento crítico e libertário brasileiro. No momento em que se busca resgatar os nomes que pensaram a realidade brasileira e fundamentaram a via da revolução, com base no conhecimento dessa realidade, o nome de Rui Facó não deve ser esquecido. Seja pelo valor de seu trabalho como pensador marxista, ou pela determinação que infelizmente o levou a nos deixar muito cedo, sem que completasse os seus cinquenta nos de idade. Fica, porém, a certeza de que sua vida relativamente curta foi, no entanto, valiosa pela riqueza de suas contribuições. A releitura de sua obra é uma das inúmeras imposições àqueles que desejam realmente pensar nos processos de transformação de que o Brasil está a precisar. Nascido em Beberibe, Ceará, em 4 de outubro de 1913, sua morte se deu na Cordilheira dos Andes, em 15 de março de 1963. *Doutor em História Social, conferencista honorário do Real Gabinete Português de Leitura, professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Imagem considerada "oficial" de Rui Facó que circula pela internet. As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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TEXTO 10: Senza paura – sem medo (de ser feliz)

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TEXTO 10: Senza paura – sem medo (de ser feliz)
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De ADELI SELL* E la mamma dice "chiamo l'uomo nero Chiamo il babau ti mangia tutto intero Nella notte scura ti fa la puntura Ti fa la puntura ti fa la puntura"   Esta parte da letra de Ornella Vanoni hoje seria CANCELADA. Vinícius gravou com adaptação de letra... lembram “boi da cara preta”? Seria algo como, em tradução livre: A mamãe diz “chamo o homem preto Chamou o uau uau (cão) para te comer inteiro Na noite escura te faço uma injeção Te faço uma injeção, te faço uma injeção. Medo! A música é Senza Paura – Sem Medo. Mas mete medo. Mete medo ter que ver e escutar as resistências em aceitar erros por aqui. Pior, os Inomináveis continuam em ação. Os direitistas continuam a praticar crimes. Veja a “patriota” de Bento Gonçalves que teima em atacar, mentir, caluniar. É um áudio que circula por aí. Não entrarei em mais detalhes pois não reproduzo coisas de terroristas de extrema direita. Um pessoal fez uma postagem sobre uma reclamação do século 17 acerca da pressão que sofriam os indígenas, povos originários, por parte dos colonizadores locais e padres catequizadores sobre o plantio e moenda da erva mate. Li, com pavor, com medo, os ataques não só à postagem, mas aos indígenas, aos que cobram alguma coisa em relação à escravidão contemporânea na Serra. Uma disse que “queriam que os “índios (sic) tivessem wi fi”? É como o vereador que falou: “de certo querem um hotel cinco estrelas”. Tudo vinho (avinagrado) da mesma pipa (imunda). Vocês (estes que falam assim, estes direitistas) me envergonham. Já apelamos ao padroeiro Santo Antônio e indicamos falar com ele, ajoelhados. Nada parece adiantar. Vocês vão ao Santuário, como robôs, para pedir o “fim do comunismo” ou pedir perdão pelos “gringo” escravizadores? Vamos ter que pedir às entidades das religiões afros. Comecemos com Xangô: Orixá considerado deus da justiça, dos raios, dos trovões e do fogo, além de ser conhecido como protetor dos intelectuais. Quem sabe juntos Santo Antônio, Xangô e a Constituição Federal possam nos ajudar. “Meu Pai me ensina a pensar, a escolher a justiça, a não lutar se não for importante. Meu pai é Xangô!” E se não adiantar com entes religiosos, respeitando quem crê e quem não crê; não podemos fugir da LEI. Art. 5º: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)” Se vocês foram ou ficaram amedrontados, não podem se rebaixarem a ser avestruzes. Ho paura che dobbiamo abbandonarlo anche noi. (Os medos que temos, até nós deveríamos abandonaá-los”.). Levantem suas cabeças e sem nariz empinado (da meritocracia), enfrentem “a vida como ela é”, para lembrar o grande Nelson Rodrigues: afinal, “toda nudez será castigada”, porque vocês estão nus, pelados, diante da Humanidade. Levantem suas cabeças, pois como citei, está rodando um vídeo de uma senhora senza paura – sem vergonha na cara, melhor dizendo – que ataca os outros pelos erros e atos inconcebíveis cometidos. Para lembrar. Memória é tudo. Contra o Esquecimento: É PRECISO AGIR Bertold Brecht (1898-1956) Primeiro levaram os negros Mas não me importei com isso Eu não era negro Em seguida levaram alguns operários Mas não me importei com isso Eu também não era operário Depois prenderam os miseráveis Mas não me importei com isso Porque eu não sou miserável Depois agarraram uns desempregados Mas como tenho meu emprego Também não me importei Agora estão me levando Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém Ninguém se importa comigo Sempre houve quem se importasse com vocês: - governo imperial vos deus as terras; - Júlio de Castilhos deu a primeira ajuda para os plantios e melhorias na uva; -Borges e Carlos Barbosa fizeram a ferrovia; - a Embrapa fez as pesquisas em tudo. Como já descrevi: vocês foram ajudados em vossas vidas: ganharam terras há 150 anos, enquanto milhões ainda vivem Sem Terra. Vocês foram ajudados por (quase) todos os governos. Em especial pelo Getúlio – o bombachudo de São Borja - que vocês devem ainda achar comunista por causa das leis trabalhistas, pelo PT que vocês tem MEDO DE LASCAR – PAURA, PAURA, PAURA – de ser comunista “comedor de criancinha”, mas que fez o Instituto Federal e tantas outas coisas por aí. Sei que dá medo, uma PAURA danada, saber que vocês não viram gente comendo comida estragada, morando numa espelunca, trabalhando feitos bois de canga, porretes/cassetetes (que não era um cabo de vassoura largado ali), spray de pimenta. Para quem vocês pensam em vender agora vosso VINHO CANÔNICO? Vocês vão culpar a CNBB, como faz a Revista Oeste, este lixo eletrônico. Ou vocês pensam em mudar os rótulos, colocar outra marca, inventar uma empresa laranja e tocar o barco? La nave (non) vá... Vocês podem até baixar os preços, fazer promoções, encantar pessoas com menor poder aquisitivo, algumas que até nem se tocam com marcas, mas o boicote vai doer no bolso de vocês. Vai doer no bolso de vocês, talvez isto vocês vão começar a entender... Depois de duas semanas vocês não amoleceram vossos corações, nem abriram vossas mentes, logo tem que CANCELAR e BOICOTAR. No último dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher - o Procurador feral do Trabalho em reunião com o governador Eduardo Leite disse: "Toda responsabilidade" é das vinícolas. “ Elas são donas da atividade econômica. A responsabilidade tem que ser não só de fazer seu trabalho mas de fiscalizar aquelas empresas que contrata. Temos que lembrar que a responsabilidade das empresas quando contratam é muito grande. Se essa empresa terceirizada não pagar, essas empresas terão sim que fazer o pagamento", insistiu. Ou seja, como disse no primeiro texto: “dilligenza dovuta”, diligência prévia e devida, “due dilligence” é com as vinícolas. Vocês colocam no “sitio eletrônico” que cumprem a lei, mas no “sítio real” praticam o contrário. Ou não é verdade? E tem duas entidades que querem aplicação do artigo 243 e seu parágrafo único da Constituição da República, com a didática e necessária EXPROPRIAÇÃO das terras em que se verificou a existência de trabalho escravo, bem como o CONFISCO de todo e qualquer bem que possa ser havido em decorrência da exploração do trabalho escravo, a serem revertidos para fins de reforma agrária ou a fundo com destinação específica. Quem sabe vocês aceitem nossa dica de um PACTO CIVILIZATÓRIO e assinem um ACORDO interpartes? Vocês, mais dia menos dia, vão ser questionados pelos vizinhos decentes que vão perder visitantes, turistas e compradores. Vocês estão se isolando do mundo civilizado e se adentrando mais e mais na barbárie. *Escritor, professor e bacharel em Direito. Este artigo é o décimo e último da série “Dossiê Bento Gonçalves”, composta por 10 artigos inéditos de Adeli Sell que foram publicados nos últimos dias. As opiniões emitidas nos artigos expressam o pensamento de seus autores e não necessariamente a posição editorial da Rede Estação Democracia.

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